A arte contemporânea tomou conta da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) com a 14ª edição da Bienal do Mercosul, que ocorre entre os dias 27 de março e 1º de junho. Ao todo, o local abriga sete exposições, que vão desde fotografias do interior gaúcho até trabalhos que destacam a vida urbana e fazem críticas a diferentes mídias. A visitação é gratuita e ocorre de terça a domingo, das 10h às 20h.

A CCMQ é um dos diversos “Estalos” espalhados por Porto Alegre nesta edição do evento. O conceito de “Estalo” faz referência ao gesto de friccionar o dedo polegar e o dedo médio, produzindo um som rápido que se expande no espaço — evocando a ideia de encontro entre corpo, movimento, efemeridade e som.

Entre os visitantes da mostra está a professora Edna Linhares, de 64 anos, natural do Ceará e moradora de Santa Cruz do Sul (RS). Ela conta que sempre faz questão de prestigiar as edições da Bienal. “Sempre venho nas Bienais, pois acho que são momentos que despertam curiosidade, criatividade, porque as obras de arte nos fazem pensar em questões sociais”, afirma.

A Casa de Cultura dedica mais de três andares às exposições do evento, com obras de artistas de diversas partes do mundo — da China, com a adesivagem vinílica de Tang Han, parte da Ginkgo biloba, considerada um fóssil vivo; e de Porto Alegre, com o trabalho comissionado de Felipe Veeck, que utiliza desenhos em formato de pixel para representar a Estação Cidadania Restinga.

Outro visitante, João Fontoura da Rosa, de 43 anos, aproveitou o sábado para conhecer as exposições junto às três filhas. “A minha filha precisa fazer um trabalho sobre o evento, então escolhemos vir visitar as exposições no sábado e já fazer um passeio cultural”, conta. A obra que mais chamou atenção da família foi Brújula (Bússola), da artista chilena Nicole L’Huillier, localizada próxima ao Jardim do Terraço Lutzenberger. A instalação é interativa e brinca com sons e vibrações.
Em nota à Beta Redação, a Casa de Cultura Mario Quintana relembra os impactos das enchentes de maio de 2024, que mantiveram o espaço fechado por 101 dias. “Desde sua reabertura em agosto, após os reparos necessários, a programação artística e cultural vem sendo retomada com grande engajamento da comunidade e visitantes. Quase um ano depois do ocorrido, é muito significativo o fato de a CCMQ estar recebendo um evento do porte da 14ª Bienal do Mercosul, com obras de artistas dos mais variados locais e com grande movimentação de público”, afirma a direção do espaço.