O caminho dos atletas de futevôlei em busca do sucesso 

Circuito Gaúcho de Futevôlei reúne atletas amadores e profissionais. (Foto: Carlos Ricky)

Jogadores experientes abrem caminhos para os novos esportistas das areias 

O futevôlei está em ascensão no Brasil nos últimos anos. De acordo com levantamento divulgado em dezembro do ano passado pela World Footvolley, cerca de 50 milhões de brasileiros manifestam interesse na modalidade. Com o crescimento da prática esportiva, muitos jogadores transformam a paixão pelo bate-bola na areia em atividade profissional. Os esportistas enfrentam não apenas os adversários do outro lado da rede, mas também uma série de desafios ao construir suas carreiras, inspirando os atletas da nova geração. 

Um exemplo é o bicampeão mundial e campeão sul brasileiro de futevôlei Marcelo de Freitas Lima, conhecido como Titi. Ele conta que conheceu o esporte através de um padrinho. “Num primeiro contato, eu não eu tive muita felicidade. E na época que eu comecei, não tínhamos centros de treinamento ou pessoas qualificadas para poder passar o conhecimento. O ‘treinar’ era acabar jogando, então não tinha direção nenhuma de como efetuar os fundamentos e as jogadas”, disse. 

O bicampeão mundial explica que, após um hiato, retomou os treinos e, com o tempo, alcançou destaque nas competições. “Comecei a me desenvolver, a treinar por mim mesmo. Buscando conhecimento, falando com alguns atletas que acabei conhecendo em competições. Assim, fui fundamentando uma metodologia de treinos. O divisor de águas foi quando recebi a convocação da Confederação Brasileira para jogar em um mundial e tive êxito, em 2014”, afirma. 

Em 2018, Titi foi convocado para outro mundial e conquistou o bicampeonato. Atualmente, ele segue na carreira de atleta, mas afirma que está prestes a se aposentar das areias, para focar apenas no trabalho como gestor de duas escolas de futevôlei. 

Já a multicampeã gaúcha Emili Ricardo segue na carreira de atleta e é responsável pelo Núcleo de Futevôlei Feminino, onde oferece treinamento específico para outras mulheres que tem interesse pela modalidade. A profissional revela que, entre 2006 e 2014, atuou no futebol de campo, e em 2017, aos 25 anos, conheceu o futevôlei através de ex-colegas de colégio. “Me envolvo com o esporte desde pequena, sempre gostei muito de futebol, participava das equipes de todos os esportes na escola”, disse. 

Emili Ricardo e Taís Samara conquistam o 3º lugar na categoria profissional do Open Futevôlei, realizado em Cotia/SP. (Foto: Emili Ricardo / Divulgação) 

O desenvolvimento da atleta nas quadras de areia foi rápido, mas a presença das mulheres nesse espaço ainda não era bem aceita. “Participei do meu primeiro torneio misto de futevôlei sete dias depois de praticar pela primeira vez. Tive um bom resultado, ficando com o 4º lugar, e a partir daí resolvi me dedicar aos treinos. Treinava praticamente todos os dias no Parque Marinha. Nessa época, poucas mulheres praticavam o esporte, por vários motivos. Inclusive pelo preconceito de que mulher não sabia jogar, declara Emili.

Para a atleta, essa é uma fase positiva para a modalidade esportiva. “A visibilidade, que vem crescendo, vai fortalecer muito o esporte. As transmissões e divulgações apresentando o futevôlei podem fazer com que se torne ainda maior, gerando interesse de empresas em apoiar os atletas e campeonatos”, disse. 

Por diversão, mas com referências 

Inspirada por atletas profissionais como Emili Ricardo, Mayara Prestes e Natalia Guitler, a jogadora amadora Vitória Boschi conta que conheceu a modalidade em 2019. “Conheci o futevôlei por causa de um namorado da época. Ele já fazia o esporte e conhecia algumas pessoas do meio, mas eu acabei não praticando. Fui fazer uma aula com um dos meus amigos apenas entre o final de 2019 e 2020. Muito inexperiente, com toda a paciência do mundo, eu comecei a praticar. Desde então, eu não parei mais”, disse.  

Apesar de demonstrar empolgação pelo esporte, que considera um hobby, a atleta acredita não estar mais “no momento certo” para se profissionalizar. “Acho que quem vive disso ou sonha com isso e trabalha pra isso, começa desde mais cedo”, explica. 

Vitória participou da etapa de novembro do Circuito Gaúcho de Futevôlei, que reúne, em modalidades divididas por gênero e mistas, atletas iniciantes e profissionais. A próxima etapa do evento está confirmada para os dias 9 e 10 de dezembro e deve ocorrer na Av. A. J. Renner, nº 400 – bairro Humaitá, em Porto Alegre. As inscrições estão abertas.

Liz Fonseca

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