Estudantes experimentam tênis de mesa pela primeira vez na Paralimpíada Escolar de NH

Jogos foram disputados em sets de 11 pontos, nesta segunda-feira, no Campus 1 da Feevale
Atletas reunidos no salão da Universidade Feevale para os jogos - MARCEL VOGT/BETA REDAÇÃO

Para muitos, a segunda-feira pela manhã pode indicar sinônimo de sofrimento com o começo de uma nova semana. Mas esse não foi o caso para os 19 estudantes que chegaram no começo desta segunda (23/9) ao Campus 1 da Feevale para a disputa da modalidade de tênis de mesa nas Paralimpíadas Escolares de Novo Hamburgo (RS). A competição é destinada a alunos com deficiência física ou intelectual, matriculados nas escolas municipais, estaduais e privadas do município.

Vindo da Escola Vereador João Brizola, o estudante João Bueno da Silveira, 8 anos, compete com um objetivo em mente. “Vim para ganhar mais medalhas, já que algumas mais antigas que tinha eu perdi na enchente”, recorda. João estava acompanhado da professora Tatiane Machado, que destaca outro ponto de como esse evento é importante para as crianças. “Essa é uma grande experiência, pois estão aprendendo algo novo. Na escola não temos mesa oficial de tênis de mesa, então os alunos ficam na expectativa para vir, conhecer o esporte e jogar”, detalha a professora.

Luís Felipe Klug ganhou o ouro em sua categoria – MARCEL VOGT/BETA REDAÇÃO

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) veio representada por seis atletas para os jogos. Entre eles estava Luís Felipe Klug, 17 anos, que sonha em estar nos Jogos Paralímpicos de Los Angeles, em 2028. “Gostei muito de assistir às Paralimpíadas de Paris. Cheguei até a improvisar a mesa de casa para treinar com a minha mãe”, conta o estudante, que tem transtorno do espectro autista. Para a mãe, Fabiane Klug, é um orgulho ver o filho ali. “Há seis anos parei de trabalhar só para estar junto com ele”, enfatiza.

A Paralímpiada Escolar de Novo Hamburgo, na modalidade de tênis de mesa, está dividida entre as categorias iniciante (de 7 a 11 anos), A (de 12 a 14 anos), B (de 15 a 17 anos) e livre (com 18 anos ou mais). Além disso, cada categoria se subdivide por gênero (masculino e feminino) e por deficiência (transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, paralisia cerebral, síndrome de Apert e lesão medular). O jogos são disputados em um set único de 11 pontos.

Sara Garcia garantiu medalha de ouro na sua categoria – MARCEL VOGT/BETA REDAÇÃO

Entre as duas únicas meninas disputando jogos na Feevale estava Sara Garcia da Rosa, 8 anos, da Escola Elvira Brandi Grin. “É a primeira vez que jogo e quero ganhar medalhas”, garante. A jovem conta que sua mãe comprou um jogo parecido com tênis de mesa para treinar com ela, mas essa é a sua primeira experiência em uma mesa oficial.

Sara é um exemplo de atleta campeã, afinal, já disputou atletismo e bocha adaptada nessas Paralimpíadas, conquistando quatro medalhas no total. Judô, natação e xadrez fecham as seis modalidades das Paralimpíadas Escolares de Novo Hamburgo. “Para organizar os jogos, fizemos uma reunião lá em março com as escolas. As últimas competições ocorrem no fim de novembro, então temos atividades o ano inteiro”, detalha o coordenador das Olimpíadas e Paralimpíadas Escolares de Novo Hamburgo, Marcos Gueths.

Para o coordenador, os eventos esportivos são uma mistura de competição e participação. “Queremos proporcionar competição, tanto que temos estudantes classificados para torneios nacionais. Mas, ao mesmo tempo, queremos que todos participem. Não desistimos daquele aluno que está demorando para conseguir jogar a bola”, conta. As Paralímpiadas Escolares de Novo Hamburgo são realizadas pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Novo Hamburgo em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.

By Gustavo Bays

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