Dia 6 de outubro de 2024. Era bem cedo, mas o sol já tinha entrado na janela do meu quarto. Como as demais 45 noites de campanha eleitoral, foi mais uma passada em claro com cochilos repentinos. Sentimentos de ansiedade e angústia atrapalhavam o sono e a fome. O café da manhã foi econômico. Uma xícara de café com leite, acompanhado de meia maçã… E as 17h demoravam uma eternidade para chegar.
Às 11h, fui ao comitê tomar um chimarrão para combater a ansiedade. Mas, quando chego no recinto, não havia a bebida gaúcha pronta. Dessa forma, imediatamente, fui prepará-la. Só não contava que a tremedeira atrapalhasse a ponto de nem conseguir colocar a água quente na garrafa térmica. Já na roda de conversas entre os demais candidatos, o objetivo era apenas um: vencer a eleição na majoritária e eleger a maioria das cadeiras na Câmara de Vereadores.
Ao meio-dia, tínhamos um almoço marcado com apoiadores. O cardápio era churrasco. Mas a fome era atrapalhada mais uma vez pela aflição. Em um município com aproximadamente 5.700 eleitores, a preocupação tomava conta se realmente o nosso plano de governo tivesse suprido as demandas da maior parte da população salvadorense.
Como sou supersticioso em alguns aspectos, sempre voto no mesmo horário: 15h. Dessa forma, cheguei no local da votação e, pela primeira vez, não tinha filas. Votei, cumprimentei as demais pessoas presentes na escola e voltei para o comitê para aguardar a apuração das urnas.
Chegando perto das 17h, cada vez mais a inquietação tomava conta. Não havia mais nem unha para roer. Cada minuto durava uma eternidade. Posteriormente, veio a primeira notificação no grupo dos fiscais do partido, a qual representava a foto do primeiro extrato de urna e, felizmente, já demonstrava uma boa vantagem da nossa coligação.
Das 19 urnas existentes em Salvador do Sul, quando recebemos o resultado da quinta, o atual prefeito do município veio até nós e, muito emocionado, nos abraçou e gritou: “Vencemos a eleição!”. Depois disso, tudo virou festa.
Com a felicidade estampada no rosto, diversos apoiadores vieram parabenizar pela conquista. Fizemos uma carreata histórica pelo centro da cidade e fomos à festa que tinha sido preparada pela coordenação de campanha. Desde então, foi só alegrias junto aos discursos dos eleitos.
Portanto, mais um capítulo escrito na minha biografia. Perdi meu pai no ano passado. Mas foi ele mesmo que me abençoou e proporcionou foça para, nos meus 24 anos, ser eleito um dos vice-prefeitos mais jovens do Rio Grande do Sul.
Laerce e Henrique são eleitos em Salvador do Sul
Laerce e Henrique, ambos do MDB, foram eleitos prefeito e vice de Salvador do Sul (RS) para os próximos quatro anos. Ao fim da apuração, somaram 2.461 votos, 50,53% dos votos válidos. O candidato Volnei Garcia de Lima (PP) fez 1.803 votos, 37,02% dos votos válidos, e o candidato do PL, Cristian Mux, somou 606 votos, 12,44% dos votos válidos. O pleito municipal teve 4.991 votos totais, o que inclui 66 votos brancos, 1,32% dos votos totais, e 55 votos nulos, 1,10%.
