Um museu dedicado à história da energia elétrica  

Museu da Eletricidade do RS abriga importante acervo físico e documental (Foto: Alana Schneider/Beta Redação)

Próximo de completar um século, prédio Força e Luz é um dos elementos centrais da história da eletricidade no Rio Grande do Sul, abrigando importante acervo físico e documental 

Porto Alegre foi a primeira capital brasileira a contar com um serviço público de iluminação elétrica, em 1887. Gradativamente, a cidade foi substituindo os lampiões a gás e a óleo de baleia por charmosos postes de luz, muitos dos quais, ainda estão conservados no Centro Histórico. A região preserva outro patrimônio, o da história desse processo: o Museu da Eletricidade do Rio Grande do Sul.  

Praça da Alfândega conserva alguns dos postes de luz. (Fotos: Alana Schneider/Beta Redação) 

Para muitos dos que caminham pela Rua dos Andradas, o prédio vertical, em tons de amarelo, fachada ornamentada e seis andares, passa despercebido. Entretanto, abriga um importante acervo físico e documental da história da energia elétrica do Estado, ao mesmo tempo em que é o grande tesouro e elemento central da história.  

Foi pelas escadas desse edifício, construído em 1926, que passaram os funcionários da estadunidense Foreign Light and Power, uma das primeiras empresas de produção e distribuição energética no RS. Já em 1964, o prédio foi ocupado pelos membros da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), responsáveis por guardar itens do acervo e dar início ao museu. 

Inscrição da fachada dá nome ao prédio, construído em 1926. (Fotos: Alana Schneider/Beta Redação) 

Em cada andar uma surpresa 

As paredes do edifício Força e Luz carregam o cheiro do tempo, um aroma de 98 anos. Não à toa, o prédio foi tombado e escolhido para ser guardião de um tesouro da memória nacional. Além disso, o Museu de Eletricidade do RS é somente uma parte dessa riqueza, pois o edifício concentra ainda, no 3º e no 6º andar, o Memorial do escritor gaúcho Érico Veríssimo.  

“A gente tem uma pegada Frankenstein, pois são coisas muito diferentes no mesmo prédio”, brinca Marina Feldens, gestora do núcleo educativo-cultural do Espaço Força e Luz (EFL), instituição privada sem fins lucrativos criada após a privatização da CEEE, em 2021, para administrar o edifício e seu acervo.  

Com essa nova gestão, o prédio, até então conhecido como Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo (CCCEV), passou a se chamar Espaço Força e Luz. “Vejo que somos a coluna, enquanto o museu e o memorial são nossos braços”, cita Marina. Por ser recente, é comum o desconhecimento da nova nomenclatura por parte da população. “É um novo nome para um prédio que segue abrigando museus muito antigos, então é confuso mesmo. Temos feito um esforço de comunicação para pouco a pouco firmarmos essa nova marca”, explica.  

Em cartaz

Atualmente, o Museu de Eletricidade traz a exposição de longa duração “Fio Condutor: retratos da energia”. Conforme Marina, que é também uma das curadoras, o objetivo da mostra é valorizar o ofício do trabalhador da área de energia. “Enquanto analisávamos o acervo fotográfico, percebemos um certo padrão nas imagens, de pessoas trabalhando. Foi impossível ignorar essa presença e com isso amarramos o conceito em torno delas”.  

Em exposição no segundo andar, imagens ajudam a contar a história da implementação, geração e produção da energia elétrica no Estado. (Foto: Alana Schneider/Beta Redação) 

A exposição tem uma construção visual cuidadosa com, entre outras coisas, uma seleção fotográfica em mosaico e negativos presos sob uma claraboia. A organização da mostra segue uma forma cronológica, a fim de guiar o visitante pelo espaço. Entretanto, é pouco interativa e sensorial, limitada pelas restrições orçamentárias e estruturais do local. Não há botões liga-desliga, luzes piscando ou experiências que ajudem a explicar o fenômeno físico da eletricidade. Pontos que distanciam, por exemplo, o público infantil.  

A dica é encarar a exposição como o extra de um mergulho histórico que começa na porta de entrada do edifício. “O prédio, como patrimônio histórico, une informações, programações educativas, produções artísticas, exposições e acervos. Todo esse pacote faz dele um centro cultural”, afirma Marina.  

Informações importantes

  • Horário de visitação: segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 18h; 
  • Entrada gratuita; 
  • Local com acessibilidade para cadeirantes; 
  • Visitas guiadas exigem agendamento prévio pelo formulário; 
  • Pelo site da instituição é possível conferir o acervo online de documentos e fotos do Museu e Memorial; 
  • Espaço Força e Luz conta com salas e auditório disponíveis para locação. Reservas pelo link.  

Alana Schneider

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